Um mistério contado de trás pra frente | Todas as Garotas Desaparecidas - Megan Miranda
"Todas as Garotas Desaparecidas" é o primeiro romance adulto da autora Megan Miranda. O livro foi publicado aqui no Brasil pela editora Verus nesse ano e faz parte de uma série, cujo segundo livro já foi lançado no exterior e se chama "Uma Perfeita Estranha". Apesar de ser uma série, os livros não são sequenciais e tampouco acompanham os mesmos personagens.
Nesse livro, acompanhamos a história de Nicolette Farrell. Ela deixou Cooley Ridge há dez anos, sua cidadezinha natal, depois que sua melhor amiga, Corinne, desapareceu sem deixar rastros. De volta para resolver assuntos pendentes, Nic logo se vê imersa em um drama chocante que faz o caso de Corinne ser reaberto e remexe em antigas feridas.
Logo ao chegar, Nic descobre que seu namorado da época está envolvido com Annaleise Carter, a jovem vizinha que foi o álibi do grupo de suspeitos para a noite do sumiço de Corinne. E então, poucos dias após a volta de Nic, Annaleise desaparece. Agora Nic precisa desvendar o desaparecimento de sua vizinha e, no processo, vai descobrir verdades chocantes sobre seus amigos, sua família e o que realmente aconteceu com Corinne naquela noite, dez anos atrás.
Antes de tudo, devo dizer: sou apaixonada por livros cheios de mistério e fico muito feliz quando consigo encontrar uma história em que a autora consegue trazer esse tipo de atmosfera *sombria* nas páginas do livro. Em "Todas as Garotas Desaparecidas" foi exatamente isso que encontrei. Desde o começo da leitura, sabemos que há algo estranho acontecendo por ali, um mistério marcado na vida da família da personagem principal. Parte disso se dá pela ótima construção de personagens desse livro que parecem carregar segredos de seus passados. Isso acaba atiçando a nossa curiosidade ao tornar o livro ainda mais instigante.
"Todas as Garotas Desaparecidas" é narrado de uma forma bem original: em cronologia reversa. Nos primeiros capítulos somos conduzidos ao presente de Nicolette e o momento onde seu irmão entra em contato com ela para que retorne a Cooley Ridge, a cidadezinha onde Nic passou grande parte da sua infância e que foi embora logo após Corinne, sua melhor amiga, ter desaparecido. A partir daí, a história se desenrola até sermos jogados em um mistério que nos faz querer entender o que realmente aconteceu para que chegasse a ele. Então a história é contada de forma decrescente - ou seja, acompanhamos a sequência de dias anteriores àquele mistério até chegarmos a ele, numa "contagem regressiva".
A princípio essa forma de narrar pode parecer arriscada (e de certa forma eu acho que até é), pois essa peculiaridade nos força a ter que sempre tentar relembrar o que aconteceu no capítulo anterior (que seria o resultado do capítulo que estamos lendo hoje) para compreender o rumo que a história está tomando. Em alguns momentos pode soar um pouco confuso, mas não é nada tão complicado que nos impossibilite compreender a história. Acredito que a melhor forma de aproveitar 100% dessa leitura seja justamente reler o livro para compreender todas as nuances e mistérios inseridos pela autora nas páginas, pois algumas informações naturalmente podem ser deixadas para trás - principalmente caso a leitura seja feita num espaço muito grande de tempo.
O que mais me incomodou (e me fez tirar uma estrelinha da avaliação) foi como as coisas terminaram. Senti que alguns personagens importantes pra história não tiveram o espaço necessário para que eu compreendesse suas motivações, deixando pontas soltas e nem tudo soando convincente para o leitor, que é jogado no final sem muitos esclarecimentos e justificativas. Com exceção disso, a história é interessante, o livro é bem escrito e, em alguns momentos, traz uma narrativa mais poética que eu gosto muito!
INFORMAÇÕES:
Livro: Todas as Garotas Desaparecidas
Autora: Megan Miranda
Editora: Verus
Páginas: 292
Ano de Publicação: 2017
Avaliação: 4 de 5 estrelas
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"O tempo não está acabando. Ele nem é real - ele disse, e eu sabia que o tinha perdido; ele estava perdido, andando em círculos na própria mente. - É só uma medida de distância que inventamos para entender as coisas... como um centímetro ou um quilômetro... - Ele gesticulava ao falar para enfatizar a questão. - Aquele relógio - disse, apontando para trás. - Ele não está medindo o tempo. Está criando o tempo. Você enxerga a diferença?"
1 comentários
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