Review: Entre Quatro Paredes, de B. A. Paris
Ela é casada com Jack, o marido "perfeito". Ele é um advogado especializado em casos de mulheres vítimas de violência e nunca perdeu uma ação no tribunal. Rico, charmoso e bonito, todos se perguntavam por que havia demorado tanto a se casar.
Os dois formam um casal perfeito. E estão sempre juntos. Grace não comparece a um almoço sem que Jack a acompanhe. Também não tem celular, que ela diz ser uma perda de tempo. E seu e-mail é compartilhado com Jack, afinal, os dois não guardam segredos um do outro. Parece ser o casamento perfeito. Mas por que Grace não abre a porta quando a campainha toca e não atende o telefone de casa? E por que há grades na janela do seu quarto?
Às vezes o casamento perfeito é a mentira perfeita.
Apesar de não ter tantos thrillers psicológicos, esse gênero é um pelo qual me interesso bastante (olá Investigação Discovery!). Gosto muito de encontrar um livro que dê a sensação de que o ambiente criado pelo autor é realmente cheio de tensão, complicado e verossímil. E que assim, me envolva na leitura de tal forma que a história fique na minha cabeça e que eu queira muito chegar ao final.
Em "Entre Quatro Paredes" encontrei um livro que cumpre, em partes, esse papel. O livro consegue construir uma atmosfera angustiante em alguns momentos principalmente por conta da impotência da personagem principal diante da situação em que está submetida. Isso se acentua ainda mais pelo fato de que Jack, o antagonista, está sempre um passo à frente de Grace, e consegue arquitetar e manter seu plano de uma forma plausível, mesmo que seja diante dos olhos de todo mundo (literalmente).
Apesar de tudo isso, não me envolvi tanto com a história. Acho que o que mais me aguçou para chegar até o final foi a curiosidade em saber como ela terminaria, não exatamente por ficar desesperada para saber o final.
O que mais me incomodou foi a real intenção do antagonista. Tudo bem, eu entendi o que ele queria pela explicação que dá, mas não consegui ser convencida por esses motivos. Além disso, ele como a pessoa com total domínio da situação, poderia cumprir seus planos a qualquer momento da história - no começo, meio ou final. Isso, para mim, tira um pouco do brilho da história - quando uma situação pode ser terminada com muita facilidade (digamos assim), porém o personagem não o faz sem uma justificativa realmente plausível.
O livro evoca bastante a consciência em relação a conhecermos bem uma pessoa antes de decidirmos algo em relação a ela (como casar, por exemplo rs) e que as aparências enganam. Às vezes iludidos pela falsa aparência, muitas pessoas podem achar que alguém vive debaixo de uma vida perfeita ou com muitas facilidades. Acredito que hoje em dia, com as redes sociais, isso se torna ainda mais evidente (até me lembrei de um vídeo da Karol Pinheiro sobre isso > clique aqui se quiser dar uma olhada 😉). Mas nem sempre o que se mostra é de fato como as coisas são. Obs: não que as pessoas não possam ser felizes de verdade e que todo mundo que mostra isso é uma farsa. Acho que deu pra entender o sentido do que eu disse, né? rs Há casos e casos.
Para quem gostou desse livro, com certeza recomendo "Identidade Roubada", um livro que li faz muitos anos e que amei demais (para ler a resenha é só clicar aqui). Foi um livro que me marcou bastante por ser um dos primeiros do gênero que li. Pretendo relê-lo algum dia para saber se a mesma sensação que tive durante a leitura, continua. rs
INFORMAÇÕES:
Livro: Entre Quatro Paredes
Autora: B.A. Paris
Editora: Record
Páginas: 264
Autora: B.A. Paris
Editora: Record
Páginas: 264
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