Uma leitura mediana (e cheia de reticências)



Minha primeira leitura de 2017 foi "Princesa das Águas", da Paula Pimenta. Comecei no final do ano, mas não me empolguei tanto assim, então terminei no começo de janeiro. Para quem não conhece, esse é o terceiro livro lançado da série "Princesas Modernas". A proposta dessa série é de recontar de forma moderna, as famosas e clássicas histórias de princesa. Dessa vez, a história escolhida foi da "Pequena Sereia".

Em "Princesa das Águas", acompanhamos tudo sob a visão de Arielle Botrel. Ela é uma nadadora famosa, prestes a viver o maior desafio de sua existência: participar das Olimpíadas pela primeira vez. Porém, ao contrário do que todos pensam, ela não possui tudo que deseja.

Por ser a filha caçula de uma grande família, a garota é muito protegida e, apesar das medalhas e dos troféus, sonha com um cotidiano diferente, onde possa ser livre. Até que um dia um acidente faz tudo mudar. Arielle é apresentada a um mundo novo... E nele existe alguém que vira sua vida de cabeça para baixo. Porém, para conquistá-lo, ela terá que abrir mão de sua voz. Será que Arielle - sem uma única palavra - vai conseguir conquistar esse príncipe? E se no coração dele já existir outra princesa?

Gosto de livros adolescentes. Amo histórias que se passam no ensino médio ou tenham personagens mais novinhas, como os livros da Meg Cabot, por exemplo. São estilos que sempre me divirto durante a leitura e, por isso, procuro dar um jeitinho de incluir nos livros a serem lidos no mês. Já havia lido Cinderela Pop (o segundo livro da série, clique aqui para ler a resenha) há um tempinho e gostado. Não foi uma das minhas melhores leituras, mas foi bem OK. Mas infelizmente "Princesa das Águas" não funcionou totalmente pra mim.

Sei que recentemente fiz uma resenha negativa, mas não é que eu fico procurando erro em histórias, não tá? (Apesar de parecer hahahha).

A impressão que eu tive durante a leitura era que a Paula quis incluir as Olimpíadas porque a história é uma releitura da Pequena Sereia, e haver a necessidade de a personagem principal estar ligada a água. Talvez eu esteja errada ao pensar assim, mas foi a impressão que tive enquanto lia. Até porque as Olimpíadas não tiveram taaaanta relevância assim no desenvolvimento da história.

No começo do livro há um acontecimento (que, a propósito, achei bem esquisito), em que houve a necessidade da personagem saber nadar. Com exceção disso, esse fato parece até desnecessário. Até porque a história se passa (quase totalmente) em volta de uma Gincana Olímpica, onde os atletas competem em réplicas de programas famosos como "The Voice", "Masterchef", etc...

Se eu for considerar o lado frio da coisa, é óbvio que essas Gincanas só são possíveis na ficção porque uma Olimpíada exige concentração total de um atleta, e participar de algo assim atrapalharia totalmente. Mas OK, é ficção, tentei relevar um pouquinho. Só que ainda assim não curti muito a escolha da autora de manter isso. Achava que a história teria como plano de fundo principal as Olimpíadas. Parando pra pensar, a impressão que eu tenho é que li uma história dentro de outra história. Como se o tema da Gincana Olímpica fosse uma e a própria Olimpíada, outra. Talvez tenha sido gosto da autora mesmo, não sei, ou então na hora da criação das ideias acabou ficando assim por falta de tempo. Só sei que na Gincana Olímpica não há nada relacionado a água. Foi por isso que senti essa estranheza de que as Olimpíadas foram colocadas só para justificar outro fato.

O começo da história foi um pouco cansativo devido as várias reticências que me deixaram assustada. Sério, até compartilhei em minha conta do Instagram algumas páginas onde encontrei 18 frases terminadas em reticências! Não querendo ser chata, mas foi impossível ignorar. Acabou até atrapalhando minha leitura porque eu parava pra contar. Rs Não entendo como isso passou na revisão do livro sem ser notado.

A personagem principal é bem inocente, do tipo que chega a dar raiva por não perceber coisas tão óbvias. É claro que a autora deixa bem claro que esse fato é por conta da superproteção que ela acaba tendo. Mas ainda assim tem coisas que ficava muito na cara de que a pessoa estava tentando prejudicar e a personagem não "percebia" isso.

Consegui "aproveitar" melhor a leitura da metade para o final, porque já estava conformada que a história ia ser daquela forma mesmo, as reticências continuariam ali e eu já estava chegando ao final. É claro que não posso tirar o mérito da escrita da Paula que é boa e te faz ansiar por mais. Só para vocês terem uma ideia, mesmo eu não gostando de muitas coisas da história, ainda assim quis saber como ia terminar.

Talvez eu até continue lendo essa série por curiosidade e principalmente por causa da escrita da Paula. Mas não funcionou tãããão bem para mim. Mas isso não quer dizer que você vá ler e encontrar tantas coisas te incomodando como eu.

E você, já leu, tem vontade de ler essa história? Conta aí!

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INFORMAÇÕES:
LIVRO: Princesa das Águas
AUTORA: Paula Pimenta
EDITORA: Galera Record
PÁGINAS: 367
AVALIAÇÃO: 3 de 5 estrelas
COMPRE (links): Amazon, Livraria Cultura e Americanas
"NENHUM AMOR NÃO CORRESPONDIDO FAZ BEM. SÓ SERVE PARA DEIXAR AS PESSOAS TRISTES E MELANCÓLICAS, DESEJANDO ALGO QUE NÃO PODEM TER"

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