Não sou esse tipo de garota, Siobhan Vivian

Resenha escrita por Juliana Lacerda - @ju_lacerda 

Em “Não sou esse tipo de garota” Natalie Sterling está no último ano do ensino médio e tudo o que ela mais deseja é terminar essa etapa com as melhores notas possíveis para garantir uma vaga na universidade. Logo na primeira semana de aula ela consegue se eleger para a presidência do Conselho Estudantil e resolve que um de seus primeiros feitos será ajudar as novas alunas do ensino médio. Como sobreviver a todas as tentações que essa fase da vida pode oferecer? Como não perder tempo com garotos, sexo e festas que só vão contribuir para más notas e má reputação? Até onde você pode ir para não correr o risco de virar piada em toda a escola?

Ela então resolve dar uma palestra sobre o assunto, mas não esperava encontrar em seu caminho um empecilho chamado Spencer. Spencer é uma garota de 14 anos que acabou de entrar no colégio, mas que para Natalie não é tão novata assim. Ela foi sua babá quando tinha apenas 12 anos e agora, aos 18, pôde reencontrá-la totalmente diferente. Na visão de Natalie, Spencer é uma garota totalmente vulgar, tanto no vestuário quando nas suas atitudes, e que não mede escrúpulos na hora de chamar atenção. Tudo o que quer é ser popular a qualquer custo e Natalie se sente responsável por ela, já que um dia já foi sua babá. Mas será uma missão difícil fazer com que Spencer mude de atitude.


Ao longo do livro, além de Spencer, Natalie também terá que lidar com outras relações complicadas. Primeiro, com sua melhor amiga Autumn, que no passado se envolveu com o garoto errado, um cara que inventou mentiras sobre ela para a escola inteira e que a fez se sentir uma garota inferior durante quase todo o ensino médio. Sim, quase todo, porque é no último ano que essa história muda. Natalie sempre cuidou de Autumn quando ela não tinha mais nenhum amigo e sempre tentou fazer de tudo para que ela não sofresse bullying dos colegas. Mas agora a garota sente necessidade de se enturmar novamente e isso deixa Natalie irada. Como sua melhor amiga pode agora andar com pessoas que já lhe maltrataram?

Paralela a isso, há também a relação de Natalie com Corner, garoto que vai colocar a sexualidade da protagonista em jogo. E por fim, não posso deixar de comentar sobre a Srta Bee, a professora de Nathalie que é super feminista e é vista como o maior exemplo a se seguir. O livro quase não mostra a relação da garota com os pais, mas sim com a professora, que é a pessoa que ela mais teme decepcionar.

- Estou orgulhosa por tudo que você está tentando fazer aqui, Natalie. Sempre soube que você era especial. Outras garotas da sua idade, bem… elas só pensam em garotos. Você, minha querida, é totalmente independente. Tem inteligência, e, francamente, me dá esperança de que o feminismo não morrerá com a sua geração. pág. 96

Nathalie é uma garota muito inteligente, estudiosa e responsável, mas é totalmente preconceituosa. Um exemplo disso é o fato de ela acreditar que depois do que aconteceu com sua melhor amiga, todos os garotos da sua idade são canalhas e que nenhum deles merece atenção de nenhuma garota “de respeito”. Ou também de achar que se uma garota se arruma demais ou veste um vestido mais curto, essa garota não sabe se respeitar. Um pouco exagero, não é? Mas Natalie não acha, e é esse feminismo que a assombra durante toda a história. Os conceitos de certo e errado transformam-se em uma grande confusão para a protagonista porque ela mesma começa a ter atitudes que não são tão corretas assim (não como ela costumava taxar sobre o que é correto ou não) e ela vai ter que sofrer bastante para entender o que está acontecendo.

(…) Essa era a pior parte de tudo: saber que era errado, mas fazer mesmo assim, não me importando com o quanto aquilo ia profundamente contra o tipo de pessoa que eu era. pág. 188
Posso dizer que a história me surpreendeu. Gostei da relatividade com que a autora tratou cada atitude de cada personagem, alem de fazer refletir sobre o que realmente significa ser “esse tipo de garota”, afinal, que tipo é esse? Geralmente espero de livros adolescentes uma boa dose de humor ou de romance, mas em “Não sou esse tipo de garota” o foco é totalmente a personalidade “certinha” de Natalie. A narrativa é bem rapidinha, li em dois dias, e a maior parte dele dentro do ônibus enquanto voltava para casa. Recomendaria para pessoas mais novas por causa das situações que os personagens vivem no livro, mas acho que não é totalmente descartável para quem já saiu do ensino médio. Quem ainda tem muitos preconceitos para quebrar (como eu), pode gostar de levar um pequeno puxão de orelha. 



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7 comentários

  1. Bacana a resenha
    Tenho vontade de ler esse livro mesmo com tantas resenhas com críticas

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  2. A história parece ser bem legal, já tá na minha lista de livros que quero ler! Você escreve resenhas muito bem!

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  3. Oi, tudo bom?
    Adorei a resenha parabéns!!
    Eu já li esse livro é realmente muito bom mesmo, eu simplesmente me apaixonei, quando comecei a ler não queri amais parar. rsrs'

    Território das garotas
    @territoriodg
    Bjss *-*
    Passa lá no blog?
    http://territoriodascompradorasdelivro.blogspot.com/

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  4. O livro é bom, e mostra como uma garota tem que manter sua boa reputação,e parece até como acontece nos filmes americanos,ou na vida real por lá mesmo as panelinhas, e tudo o que os estudantes vivem na vida escolas: pressão,competição,popularidade,aparência...

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  5. O Livro e Otimo tão bom que li em 2 dias. Mas eu Não comprei, eu abaixei na net eu acho que vale mais apena.




    Perfeito *-*

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  6. o livro é muito bom. li ele em menos de 24hrs que tinha comprado! o devorei mesmo!! o mais legal é que o livro me fez querer estar no lugar dela vivendo tudo o que ela viveu com o Connor *------*

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